quinta-feira, 23 de agosto de 2007

uma antiga

Ensaios
Bruno Otsuka

I

Sempre tateei no escuro
Existe o poeta
Pleno e perdido em tanto amor

II

O mais infeliz dos homens
Sonhos invadidos por toda dor que há
Não sabe mais o que é real

III

Os anos foram
Para onde não sei
Não, não voltam mais

IV

Moldei-me um homem para ti
Não sei mais viver sem ser o que me tornei
Sem esperar tua presença

V

É poeta
Vive no passado
Temendo o futuro

VI

Vives comigo em sonhos
Que são puros
Transbordam carinho

VII

Vampirismo psíquico
Dores musculares
Nenhuma esperança

VIII

Névoa suspensa no espaço
Branca escuridão
Vil

IX

Ante ontem não tenho passado
Ontem o passado me corrói
Hoje meus erros me mutilam

X

Grito com toda força que resta
Bolhas de desespero
De estar submerso

XI

Junto as palmas das mãos
Junto as plantas dos pés
E não entendo o que faço

XII

Logo que amanheceu
Havia um aperto
Rosnando no meu peito

XIII

Olhar cadavérico
Etéreo
Atroz

XIV

Tenho dúvidas na mente
Lágrimas nos olhos
E muita dor no coração

13-3-2005

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