Não se esqueça do ramo de alecrim
Bruno Otsuka
Quando for partir
Não deixe de olhar para trás
Quando for sorrir
Não se esqueça das lembranças más
O que ficou é o que te fará definhar
Teus erros
Teu penar
Teus passos aniquilam teus espaços
E não se esqueça de envelhecer...
Nada mais turvo que sofrer como criança
Tendo consciência do que significa a dor
Olhe no espelho e encare por cinco minutos
A fim de ver o que realmente é
E deixe de ser
A fim de sobreviver
Sinta estremecer de desalento
Pela miséria que se tornou
Teu sono que seja das maldições
A mais perturbadora.
Minha memória peca, ia te dizer algo...
Mas mesmo pecando memória e saúde, ficam os versos
Como prova de que existi
E existirei sem deixar máculas de caráter
Grita pequena. Grita que sedado não ouço teus murmúrios
Ou ao menos não me lembro de ter ouvido
Grita, que meus ouvidos entupidos de entorpecentes te ouvem
E os olhos boiando de embriaguez e sono contemplam
Enquanto brilhas mais que a lua
Inocente... Seja crucificada ao meu lado
Ingênuos e sem termos vivido
Faça da noite e de tua solitude teu cárcere mais profano,
para doravante abrir as asas de teu sorriso
Borboleta saindo do casulo
Tome o mundo como deveria ter sido
E mostre os dentes somente a aquilo com beleza real e que seja tão singelo que mereça esse brilho
Escuta...
Não conheço teus olhos
Mas visceralmente entendo tua alma.
31-1-2006
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário