quinta-feira, 29 de março de 2007

Adianta ser carinhoso, generoso, cavalheiro, honesto e et cetera?

a minha poesia é minha vida

é muito triste só fazer o bem e a vida só te dar o mal

é muito triste ser um bom ser, que só quer o bem e nada dar certo

a vida me tortura

quarta-feira, 28 de março de 2007

Reflexãozinha de fim de tarde

Então fico aqui...
Acendo um toco de cigarro, tusso e coço o olho. Faço planos pro futuro, para quando a vida melhorar e ela nunca melhora, penso no que vou fazer, monto minha rotina dos anos por vir, me imagino casado e saudável, correndo e andando de bicicleta com meus filhos.

E em cada gesto fica a memória de tudo que não fiz e de tudo que não fui.


“O mais perto que eu cheguei da felicidade foi a euforia.”
Antônio Guerino

Bossa Lounge




Photo By Carol Ko inos

Não sou muito fã de colocar fotos em blog, mas essa merece...
Ah! Os recitais... Eram tão boêmios quanto singelos...

Faz uns dois séculos...

terça-feira, 27 de março de 2007

Sobre os hábitos

Um homem pode ser íntegro, ter boa índole e caráter. Um homem pode ser honesto, fiel e generoso. Pode ser sensível e cavalheiro, corajoso embora comedido. Pode ter todas as qualidades que existem, mas sempre estará muito próximo da lama, caminhando em uma linha muito tênue entre a honradez e a imoralidade se tiver um vício. Qualquer vício que seja. Aos pés de um vício um grande homem se curva, se rebaixa, sempre desequilibrado na beira de um precipício moral.

Não há dignidade no vício.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Constatação evidente

Olha... vou ser sincero e conciso...

Um poeta não existe, insiste.

domingo, 25 de março de 2007

Um pouco

Sou paranóico… Tenho um pouco de tudo, um pouco de obsessão, um pouco de ciúmes demais, um pouco de síndrome do pânico, um pouco de sonhos, um pouco (poucão) de depressão, um pouco de ninfomania, um pouco de alcoolismo, sou um pouco carinhoso demais, um pouco generoso demais, fumo um pouco demais, gosto de tudo um pouco, tenho um pouco de pesadelos sempre que consigo dormir e sou um pouco confuso.

Pelo que me recordo, aos 7 anos tive meu primeiro pesadelo horrível o suficiente para ser lembrado 17 anos depois... Nada de muito plausível ou real... Eu estava amarrado à uma cadeira e minha avó materna chegava sangrando e dizendo que era minha culpa e sumia, minha irmã chegava, não dizia nada (talvez por ter 4 anos quando eu tinha 7) e morria, sangrando também, meu pai era o último e também nada dizia e morria na minha frente sem dizer nada.

Nada muito real, embora os pesadelos fossem com o tempo se tornando tão reais que eu tinha que ligar para as pessoas ou ir até elas quando possível ao acordar para saber se foi realmente pesadelo ou realidade, que seja... Uma coisa mantém a outra.

À partir dos 10 anos fiz de mim um covarde introspectivo, aos 14 fiz de mim um rebelde com motivos nobres numa busca intelectual idiota, aos 17 fiz de mim um boêmio e a vida me fez poeta.

Eu amei bastante, chorei bastante e sofri bastante assim como a maioria das pessoas, talvez a única coisa que eu tenha de diferente do resto do mundo seja que o resto do mundo não sou eu. Só eu posso ter vergonha de mim mesmo, só eu posso sorrir ao terminar um poema que é meu, só eu posso sentir a minha dor de barriga, só eu posso ter o meu prazer no meu copo de whisky, só eu posso não entender a minha dor do jeito que eu não entendo (mesmo sabendo que nunca vai ser a maior do mundo, ainda bem), meu mundo é meu, só eu posso ver o mundo nos olhos da específica mulher que eu amo do jeito que eu vejo (e espero que seja minha para sempre), meu mundo é meu.

Acho que ainda consigo ser visto como uma pessoa normal, isso é um pouco perturbador, mas é minha perturbação da minha cabeça que é só minha.

Acho que isso é uma vantagem... Nunca deixei de ser eu mesmo, nem ousei tentar... É bom ceder a si próprio um pouco.

Ser um só um pouquinho humano no meio de monstros.

sábado, 24 de março de 2007

Piedade e misericórdia

Piedade é aquilo que eu sinto quando vejo uma mãe enterrando o próprio filho.
Misericórdia é aquilo que assola meu peito ao ver chegar na janela do meu carro um menino que não sabe o que é a vida, por motivos que não discutirei aqui (efeito Brasil, falta de oportunidade, má criação, necessidade).

Peço ao mundo misericórdia...

Não pode chegar ao vidro de um carro de um poeta, que tem sonhos bonitos, generoso, que sempre quis ajudar todos, em tudo que foi possível, um garoto de no máximo 10 anos, com um canivete dizendo, me dá o dinheiro que eu vou embora sem rasgar tua cara, sem te furar... Completamente cheirado de cola...

Eu me entristeço de uma forma tão profunda que nem posso lastimar... Me machuca na alma ver coisas assim acontecerem, e sou impotente nessas questões...

Minha noiva estava ao lado, depois ela perguntou: “Por Que você não fechou o vidro” Eu respondi que não fechei porque ele não tinha o que tirar de mim.

Roubou 2 reais que eu tinha na carteira... Já fui assaltado por homens, por adolescentes muito mais vividos que eu. Ser assaltado por uma criança me deixou sem reação, descompensou minha pressão e eu passei mal algumas quadras adiante, com sensação de morte iminente...

Cara... era uma criança... uma criança que rasgaria minha cara do olho até o queixo porque eu não tinha dez reais na carteira...

É crime andar armado...

Não é crime deixar um filho perdido no mundo pra rasgar rostos ou jogar ácido na cara de mulheres indefesas no trânsito por algumas notas de dez.

E a bolsa família do nosso sapo barbudo só dá merreca de dinheirinho para aquelas mães que tem 3 filhos ou mais...

Se o nosso presidente incentiva os menos agraciados a terem mais menininhos que pegam canivetes para tirar dinheiro irrisório de pessoas de bem no farol para ganhar a bolsa família, quem sou eu para dizer que está tudo errado?

Mas eu sou metido... Sou inteligente, lúcido em minhas colocações...

Ta tudo errado, o mundo fede e tudo é uma bosta, e eu quero MESMO que todos esses hipócritas filhos da puta morram com navalhadas de menininhos de 8 anos que eles incentivaram o nascimento...

quinta-feira, 22 de março de 2007

O caminhar

Cada passo que dou
Mais e mais
Minha vida se desfaz
os artistas brincam de ser artistas desde pequenos, e quando percebem já é tarde... viraram artistas...

quarta-feira, 21 de março de 2007

Passado futuro

Viver do passado é uma merda... anula o futuro e cria um vazio crescente entre o presente e aquele passado pelo qual se vive...

Quanto mais se vive no passado, mais se distancia da própria vida.

Liberdade

A verdadeira liberdade é utópica. Se não estamos presos a pessoas ou coisas quaisquer que sejam, estamos presos a nós mesmos, em nós mesmo e por nós mesmos.

Ser livre é poder morrer.

Ápice do amor

Existe o nirvana em um casal. É um estado de harmonia plena que se atinge quando se chega a um conhecimento tão profundo dentro do outro e de si próprio, que as palavras não fazem mais sentido e as almas se fundem, tornam-se unas e se separam gêmeas, laço eterno que não depende mais de nada para existir. Co-existem em corpos diferentes mas olhares iguais.

Inside ourselves

Havia uma luz bruxuleante que nos guiava docemente. Não lembro exatamente quando foi que um sopro doentio de desalento apagou-a e nos perdemos na penumbra.

Pequenos prazeres

Restam algumas coisas boas na vida. Deitar bêbado no breu e ouvir música é uma delas. Saborear a música até adormecer.

Eu vivo em nostalgia, me alimento de passado. Caminho olhando sobre o ombro, sinto como se tivesse mais vida atrás de mim do que por vir. Isso é um pouco triste, incômodo de constatar.

Vendo o dia apagar-se

O tempo precisa passar Zéssilva. Tira o dedo do nariz e me responde filho da puta.
É, eu sei que não passa irmão... Eu sei que as coisas não acontecem e a espera ensandece. Eu só queria saber como você consegue ficar assim tranqüilo, com o dedo no nariz como se estivesse tudo bem...

Não cara... Você não está entendendo... Não está tudo bem...

terça-feira, 20 de março de 2007

uma lágrima

Os telefones tocam sempre... De uma forma ou de outra...
Quando se tem ânimo, quando se tem dinheiro, quando se tem sonhos bonitos que podem se concretizar, quando existe esperança

as pessoas somem, a vida corre, cada um se arrasta do jeito que pode, e se não se arrasta hoje, se arrastará um dia...

Claro que continuo tendo sonhos, evidente que ainda penso em ser feliz, por mais infeliz que tenham sido minhas noites, e meus dias sempre foram escuros...

Eu tenho poucos amigos... com um deles foi esse trecho de diálogo que deixo aqui...


Otsuka
amanha a noite vc ta ocupado?
Amigo x diz:
essa semana tô... to trabalhando em casa a noite
Otsuka diz:
qdo vc puder, vamos beber como nos velhos tempos
x diz:
vamos
há um bom vinho aqui guardado com o seu nome nele
um amigo trouxe do chile
disse q era um cabernet do caralho
Otsuka diz:
pq vc me abandona e agora quer me fazer chorar?




"Não hesito em chorar, mas procuro ser breve"
frase minha mesmo...

um grande abraço

segunda-feira, 19 de março de 2007

Setecentos PORRA!

Não posso deixar de fazer essa babaquice...
Claro que não significa nada, absolutamente coisa alguma, mas me deixa contente, afinal minha poesia sou eu, é tudo que eu tenho

700 CARALHO!

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

www.darkdreams.com.br

e vai a ultima poesia que eu recitei em um bar...

Há olhos que são estrelas


Moro em uma cidade sem estrelas
Uma cidade em o que se quer venerar
Está impuro
Da janela do meu quarto um turbilhão de prédios que tentam me alcançar
Se me escondo nas cobertas, fatigado
Não é por medo do escuro
Mas por medo do que me tornei
Vivendo nesta cidade sem estrelas

Moro em uma cidade que o entardecer é cinza
E o pôr do sol não é visível
As alvoradas são distantes
Não são o que sonho de um amanhecer

Moro em uma cidade onde a poesia está perdida
Mendiga, com as calças urinadas, pedindo misericórdia
Nesta cidade não há resgate, ou intenção de mãos estendidas
A noite que agora me acolhe, em breve me atacará

As mãos que hoje se entrelaçam,
Amanhã não se lembram do nome
Nem tampouco da cor dos olhos
Que as encontraram

Brisa noturna com cheiro de esgoto
Devem ser dos fantasmas que habitam a madrugada
Morre-se sem saber porque nasceu
Cai-se morto sem saber que nunca viveu
Eu, fico procurando a lua
Senhora, me aparece e não me vê
E o hálito azedo da madrugada me lembra de que vivo
Nesta cidade sem estrelas

Moro em uma cidade em que a lua usa véu
Para escapar dos olhares fúnebres
E por não querer ver com nitidez as ações
Daqueles que caminham por lá

Tenho sede
Minha língua áspera implora
Tenho fome
Durmo sem saber como me deitei
E o dia seguinte é sempre igual
Olho para o lado, sonolento
E a aurora é uma janela fechada
Acendo um cigarro, sorrio
Abro a janela
Já é tarde, e a tarde são prédios enfileirados
Uma pomba radioativa tenta dizer alguma coisa
Marcada pela podridão

Moro nesta cidade onde se chora e não se ouve
Nesta cidade, último refúgio dos suicidas
Moro nesta cidade que cheira depressão
Verte hostilidade pela garganta seca de poluição

Cidade que não sabe o que é o silêncio
Embora todas os corpos que caminham
Caminham escondidos no mais profundo
Silêncio

Procuro estrelas nos olhos das meninas
Procuro olhos que são estrelas de gente que vale a pena
E todos estão perdidos
Como eu

Há olhos que são estrelas
Estrelas bêbadas, estrelas perdidas
Estrelas cegas, sem rumo
Não há esperança para pessoas que carregam estrelas
Donas de coração louvável mas de olhar vazio

Nesta cidade onde não se encontra cheiro de grama
Onde o orvalho suja a seda que se põe no caule da rosa
Para proteger mãos pálidas de espinhos indefesos
Rosa com câncer de solo infértil
Lutou para nascer e se arrependeu

O amanhã só não é igual a ontem
Pelos olhos que me são sinceros
Pela poesia, que redundante muda a ordem das palavras
E pelos acordes de violão que me acalmam, e são nossos

Moro nesta cidade desconfiança
Crenças vazias e esperanças vãs
Respiro fundo o ar acre que me é oferecido
Olho para o céu turvo que existe com descaso
E vem descendo, descendo, descendo
Apago meu cigarro
Coloco meu chapéu
E sorrio para a cidade que me ignora

Fecho a porta atrás de mim
Caminho com passos indiferentes
E hesito antes de olhar para trás temeroso
Alcanço o elevador
Canto com a música enjaulada em vidros fumê
Como se tivesse companhia
Como se houvesse algum calor
E penetro a noite que me aguarda


São Paulo, 26 de agosto de 2004
Tenho 22 anos existidos
Moro em uma cidade sem estrelas
E alguns olhos que gostam de me ver
E são estrelas


26-8-2004

A ansiedade palpita no vácuo do peito

Um grande artista liberta-se dos próprios pudores. Morre sempre sem ter vivido, possui todas as coisas, todas as mulheres com o olhar, com os olhos chama-as em silêncio e tem a tudo em um devaneio pleno.
Possui tudo aquilo que nunca vira, com os sonhos, sonha e tem tudo aquilo que existe e tudo aquilo que não existe também.

Um grande artista erra pela existência

Roubaram o meu céu

Fico a noite toda desperto na esperança tola
De ver alguma estrela nesse céu abandonado por todos os deuses
E quando enfim a alvorada me chega ardente
Sinto-me doente e preciso fechar a janela
Enfiar-me nas cobertas
E desejar adormecer para nunca mais despertar

E desperto sempre quando o céu está claro demais para ter estrelas

Ah, nasci na época errada

Tirando o fato de eu gostar das bandas mortas, dos poetas mortos, dos romancistas mortos, de tudo que é póstumo, tem uma frase que cresceu junto comigo, tanto que não sei nem quem é o autor... E por isso peço sinceros perdões (já que um só seria insuficiente).

"Um homem só morrerá completo se plantar uma árvore, publicar um livro e tiver um filho"

é algo assim...

hoje, além de ter ficado mais fácil, perdeu o brilho e a paixão

Hoje em dia, um homem é completo se for o estereótipo de beleza, se tiver várias para trepar a hora que quiser e tiver um blog ou fotolog... E isso serve para as mulheres também.

Engraçado... o mundo fez a redação publicitária reduzir-se a frases sucintas e concisas... concordo com isso (Less is more)
A evolução do mundo fez os capítulos dos livros mais curtos, fez o break comercial, fez tudo ficar minimalista...

E minha frase adaptada no tempo ficou maior que a original... Acho que essa é a grande prova de que nasci no século errado... Dois séculos atrasado...

A aterrorizante passagem obscura

As pessoas só chamam a morte de eternidade por um motivo muito simples ao meu ver.

Quando alguém morre, elas passam as suas próprias eternidades sem poderem tocar aquele que foi, e o que alenta-os é pensar saber (ou crer) que os que atravessaram a fronteira do desconhecido estão eternamente em paz e harmonia.

Minha eternidade é até meu cérebro parar de emitir ondas doentias.

domingo, 18 de março de 2007

Quem foi que pregou que sou inferior? Quem foi o primeiro filho da puta a escrever isso?

Sei sobre tuas doutrinas e não aceito ordens
Que espécie de filosofia é esta
Sem embasamento algum?

Sim, me senti mal, claro que chorei
E evoco o que for para aliviar minha angústia

Desde quando? Existem relatos absurdos como essas linhas?
Quero datas, nomes, quero números e culpados

Quero fatos e quero todos
Quero provas

Rebanho insuficiente
Força ausente
Carente...

Rebanho... Insuficiente.

Não é contigo que eu falo
Discurso para todos vocês
Cada ovelha singular.

Me senti mal pela ofensa e estudarei

Aquele que crê teme

Eu temo sem crer

E enfrento meus demônios

Covardes pensadores.

Se houver inferno, queime nele seu ingrato

sábado, 17 de março de 2007

Reflexão de uma manhã de sábado

Tido que existem coisas boas e ruins, que existem situações em que se escolhe e situações que te escolhem, ações volutárias e ações obrigatórias e a frequência com que cada qual ocorre, me deixa bravo.

A forma com a qual a maré nos faz viver é desrespeitosa, vai contra a natureza do animal que em nós habita, vai contra os instintos que temos de reprimir em cada minuto.

"O que estou fazendo aqui" é a frase mais comum dos descontentes sobreviventes da vida...

O mundo nos fez inquietos, sempre reclamando do que está à nossa volta, nunca satisfeitos.

Insistir em viver é ir contra a razão, é tirar sarro da lucidez.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Sobre a depressão

Já não vejo mais razão para me levantar, para tomar banho ou escovar os dentes. Eu faço tudo isso, sem vontade, como se não fizesse, sem sentido, quando o que manda minha alma é fazer nada disso.
Tenho falta de ar e meu peito dói. Ando tão apático que nem preocupado eu consigo ficar (comigo é claro, me preocupo aflitivamente com aqueles que amo). Acho que meu organismo está desistindo aos pouquinhos, de forma tão imperceptível quanto é possível.
Na maior das verdades eu não consigo lutar contra mim mesmo e sei que estou só

Sei, ou ao menos sinto, que tenho ainda muita coisa a escrever...Sinto que não saí ainda do começo da minha obra. E me sinto enfermo, morrendo...
Morrendo!
Engraçado como nessas horas em que o ar me falta mais densamente, meu estômago arde mais agressivamente e as pontadas no peito são mais fortes, eu sinto uma estranha paz, uma paz muito grande e boa em meio ao desalento desordenado e perfeito. Mesmo com os braços e pernas moles, pesados e dormentes. Morrendo!

É assim mesmo, o dia está claro, quente e bonito. A claridade ofusca as vistas. Existe a natureza e parece tão frágil quanto eterna. Sábia e cruel. E eu aqui, profundamente entristecido.

Acho que algumas pessoas estão fadadas a viver pouco, esse é o tipo de situação desagradável que se tem de aceitar, tido que é inexorável e seria estúpido ficar reclamando ou lamentando.
Consola-me saber que existiram grandes seres humanos que viveram muito pouco e fizeram muito, o primeiro exemplo que bóia na minha mente é Álvares de Azevedo. Em contrapartida existiram e sempre existirão pessoas que viveram muito e pouco fizeram de grande ou belo, quando não nada.
Não considero isso algum tipo de injustiça, já que nessas divagações imbecis acabo chegando a algo próximo de uma conclusão alentadora. Acho até que cada um vive até esgotar-se, quando seca a fonte, quando não há mais o que produzir, definha merecida e completamente.
“Tudo murcha num dia, aquele que vive demais morre vivo” – Chateaubriand
Fernando Pessoa deixou seu Livro do Desassossego interminado, e segundo muitos, eu inclusive, é uma obra muito mais pura e genial do que se ele tivesse podado, tosado, refinado, ou feito qualquer coisa que o valha... Acho que todo grande artista morre antes do declínio.

Meus amigos incontáveis vezes me tiraram do buraco, mas chega uma hora que nem os braços mais longos e bondosos alcançam o fundo de um buraco tão profundo.

Talvez seja realmente tarde demais...
Meus devaneios já não são mais belos, minhas divagações me trazem imagens mentais horríveis.
Devaneios não diferem mais dos pesadelos medonhos que eu tenho quando durmo. Agora é pra valer. Toda a minha vida virou algum tipo de terror noturno depressivo.

Envolto nessa espera que me consome, nessa angústia que não tem fim

Ontem mesmo, durante a madrugada, chorei em silencio, sem violência, como alguém que acatou sua condição, acostumou-se a toda dor angustiante e só deixa escorrer as lágrimas pesadas sem conter nem forçar, por não suportar tanto peso, para apenas aliviar um pouco a alma.

Saiu. Sumiu na penumbra, andarilho da garrafa de Pernod Ricard gelada. Breu. As lágrimas que banhavam-lhe as faces eram quentes e invisíveis. Perdido.

Um poeta estuda a beleza. Exilado na noite.

Sobre os sentimentos

Existem combinações perigosas de sentimentos. Ódio e ciúmes por exemplo, juntos fazem alguém ser capaz de matar.
Depressão e angústia, fazem alguém ser capaz de matar-se.
A meu ver, na verdade, a angústia é o pior dos sentimentos, tudo, qualquer coisa misturada com angústia torna-se perigosa... A angústia combina com qualquer sentimento e sensação, mesmo os bons...

A angústia é corrosiva.

segunda-feira, 12 de março de 2007

O abominável rascunho do inferno

Estou postando um rascunho de poesia...
Já que rascunhos são mais puros que poesias relidas, revisadas...

com todo meu carinho... Vão foder-se...


És bela e pos me apaixonado
E todos teus agrados
Ainda vivem no meu peito

Em todos os meus reinados
Fui em sonho, desgarrado
E tive absoluto respeito

Chega de poesia bonitinha
Chega de versinhos amigáveis
Chega de métricas, chega de rimas
Estou farto de sonetos, de decassílabos, de tercetos!
É de foder olhar pela janela e ver outra janela
A 50 metros do chão

E achar que posso fazer versos
Estando pelo avesso
Vivendo inverso

Prédios para tudo que é lado
Eu quero ver as porras das estrelas no céu
E onde estou não há céu
Quanto mais estrelas

Eu quero ver natureza, quero ver beleza
E sinto cheiro de freadas no asfalto
Mesmo estando tão alto
Que se pulasse morreria no meio do caminho

No meio do caminho sem nenhuma pedra
Sem nenhuma pedra Drummond...
Sem nenhuma
Aliás, acho que já estou morto não?

Aquele que vive demais morre vivo?
Não foi o que escreveu Chateubriand?
Então morri... não tenho mais aqueles sonhos bonitos

Acho que eu deveria ter morrido menino
Puro como morreu Jacqueline
Não é Manuel Bandeira?
Não deveria>

Hei! Pessoa?
Eu também não sou nada
Nunca fui nada
E nunca pude querer ser nada
E aí?

Sou um daqueles cem mil cérebros que acharam que poderiam
Ser algo

E tenho, assim como sonhastes
Todos os sonhos do mundo

Eu quero citar todos vocês
Foram profetas, foram grandes artistas
Claro que nunca reconhecidos em vida
Foram grandes poetas

Canto dores que Vinicius não sentiu
Amo mais que Camões amou
Tenho mais escatologias que qualquer Augusto dos Anjos
E fui precoce como Álvares de Azevedo

Mas não morri
Obrigado medicina moderna
Postergaste minha morte, adiando a partida,
Aumentando minha dor

Agora tenho consciência suficiente
Para saber, como sabia Nietzsche que nada
Nada nada
Vai fazer sentido

Não descerei da montanha como Zaratustra
Não serei sábio como Sócrates
Nunca escreverei como Byron
Ou serei Kant

Nem um rascunho de Klee?
Não, nenhum

Meu nome é Bruno Otsuka
Sou brasileiro e nunca vi o Brasil
Sou notívago mas não tenho estrelas que me confortem
Sou boêmio mas não tenho música

Sou poeta, e minha poesia me flutua

sexta-feira, 9 de março de 2007

O brilho de cada estrela

lealdade é tudo o que importa na vida...

o temor faz parte dos dias...

existe a escuridão de cada um, e a luz de cada olhar...

quando nossos ancestrais diziam que a luz vinha de dentro dos olhos eles tinham razão...

A ciência provou que a luz é refletida, que é externa sempre... Isso com certeza é a verdade física... Mas não a verdade poética...

A luz vem sim, de dentro dos olhares

Eu digo isso com toda minha licença poética e minha certeza embriagada de artista...

In vino veritas

Foi uma vida engraçada... aquelas orgias medievais regadas a vinho e risadas febris...
O cheiro bestial entorpecia a razão, cegava a lucidez e tudo era um oceano revolto de instintos animalescos...
Animais éramos, nas madrugadas atemporais, sem remorsos, sem poréns... Não haviam pudores mundanos, não havia censura humana... Não havia ontem, não havia futuro, existiamos no exato instante, viviamos cada ganido, cada urro, cada sorriso...

As tochas iluminavam menos que os olhares, a noite pálida se fez aurora pela explosão pecaminosa... Grandes filósofos e poetas nasceriam dessa noite, grandes pintores e profetas germinariam contra Deus.

Não poderia ser mais épico, não tinha como ser mais doce e mais puro... Cada gota de suor herege perfumava o inferno mais aprazível de se viver...
Ah! As risadas femininas ainda ecoam em minha caixa craniana, o gosto dos lábios roxos de vinho e beijos flamejantes, as peles marcadas por dedos sedentos e corpos frenéticos ainda vivem em memória...


A eternidade repousa em meus braços

quinta-feira, 8 de março de 2007

Imediatismo

sou tão imediatista que esperar qualquer coisa que seja me causa uma aflição tão profunda que me dá vontade de desistir...
evidente que de nada adiantaria, já que teria de esperar outra qualquer coisa...

mas de qualquer forma, todo tipo de espera me corrói...

e querendo ou não, as coisas se encaixam... a ansiedade, a angústia, a insônia, o imediatismo, a hiperatividade...

post inútil para começar uma longa, longa, longa noite infinita...

queria poder pular 5 anos

divagação cotidiana

morrer é bom
querer morrer é ruim

nada pode ser pior do que essa sensação horrenda...

ah... existe a esperança... e existe o medo...

coisinhas idiotinhas a impedir qualquer atitudezinha imbecilzinha...

:) fodam-se todos vocês, imundos do caralho

Ah!! Os recitais eram singelos...

Noites de Boemia IX – Noite do ébrio recital


Chegou de chapéu e sobretudo, todo de negro, displiscente pendia no canto esquerdo da boca um cigarro, como único elo com a realidade, acenou aos músicos e sentou-se em sua mesa onde seu litro já o aguardava.
Algumas horas musicais, devaneando, e levantou-se, com seu passo tímido mas certeiro
Olhos nos olhos, toda a profundidade das duas vidas que se encontraram a tão pouco, que soaria absurdo dizer qualquer coisa a quem não pode admirar os olhares quando se cruzaram, iluminando o firmamento, compensando todos os anos de tormentos.

Há vida ínfima e sublime nestes corações, sofridos, carregados, mas parceiros, motivo pelo qual uma dor justifica a outra dor, uma mágoa justifica uma harmonia, uma lágrima justifica um verso, um sorriso justifica um olhar. Olhar que busca e encontra toda a beleza que existe...

Um toque de eternidade acariciou aquela madrugada e saudou as almas por lá presentes, agraciando o todo momento que resume minha vida...

O bar estava cheio no ponto certo, todas as pessoas calaram, como se fosse algo sagrado a que deviam todo o respeito voluntário, comum, sem nenhum porque ou razão, como se sempre tivesse sido habitual... As garçonetes entorpeceram seus corpos com as bandejas nas mãos, esperando... Como se um passo qualquer pudesse fazer barulho demasiado, o quadro que se formou no ambiente esfumaçado, estático, transbordando sentimento, era belo, acolhido pela madrugada e sua brisa gélida, permeada de perfume poeta.
No ambiente esfumaçado a essência doce da poesia flutuava leve abraçando todas as mesas, todos os corações, catatonizando cada olhar...
Um silêncio tão mudo, tão bonito, tão lento... Pausas rasgadas por voz carregada de todos os sentimentos que as palavras são capazes de tatuar nos corações, entrosamento de dois corpos, de três, de quatro, de todos, como obra de arte que se faz e se acaba no momento subsequente... Obra de arte única, sem possibilidade de revisão... Uma fotografia não retrataria, não teria o cheiro... Era dos quadros o mais bonito... O mais puro...
Nostalgia era alimentada pela juventude embriagada, em acordes doces e versos imaturos.
Naqueles singelos momentos da madrugada só se podia ouvir dedilhados de violão e a voz do trovador.





Bruno Kendy Otsuka
www.darkdreams.com.br
12-11-2003


Os recitais tinham cheiro de esperança, almas jovens que iriam mudar o mundo e fazer música eterna... Ah! os sonhos eram belos! A noite era eterna!

Noites de Boemia X – Cheiro de grama da madrugada

Foram tantos anos na mais profundíssima boemia
O céu de sempre, sempre o mesmo tantas vezes diferente
De cada momento, cada noite, cada noite uma lente
Tão semelhante em sua uniquidade
Que não posso lastimar

Agora que de tanto caminhar para nenhum lugar
Agora vejo que fui tão longe pra chegar até aqui
E como toda noite, olhando meu íntimo, lamento
Nem sequer saberes que todo meu pranto poeta
É dedicado a ti
Involuntariamente
Cada lágrima singular

E não há tempestade que apague meu amor
Mesmo jamais tendo tua presença
Se tempestadades não fazem diferença
Ao meu amor dantesco mesmo em tua ausência

Aqui
Sinto todo o abandono que a madrugada traz
-Por aqueles olhos-
O beijo doce da poesia
-Por aqueles olhos-
O abraço quente da boemia
Vejo esculpido no noturno firmamento
Teu rosto em onipotência e benção
A madrugada se preenche da tua luz e graça
Que contemplo e ofereço em meus versos
Meu canto desafinado de voz rouca
Rasgada de desilusão
Semeada de perdão
E a brisa fria alimenta as esperanças da nova aurora
E as quimeras de minha mente
Nesta praça arborizada
À luz da lua intermitente

Inspiro os poemas que nos tocam...
Ouço o som dos acordes que me acalmam...
As mais viscerais emoções que nos pausam
Bebo da bebida que embriaga-me a melancolia
Tento pescar no ar um verso, uma melodia fugidia
Tudo no momento que acho oportuno...

Hoje me sinto frágil, mas satisfeito
Um olhar de criança é capaz de me emocionar
Boemio, sim
-Tem tudo e tudo lhe falta-
As pessoas não sabem amar
Às vezes, entristecido,
Caminhando em meio às agressões
Choro, lastimo na penumbra
Quando na verdade
Um sorriso bastaria


Bruno Kendy Otsuka
www.darkdreams.com.br
12-11-2003


resgatei essa que estava perdida no tempo, eu gosto, me traz boas recordações.

O que seria sem amigos? O que seria sem amores?

Como é uma conversa de MSN, a linguagem é também de MSN, não vou ficar floreando coisa que não é floreada... Afinal, não se plantam rosas em pântanos.

Z = Zéssilva
J = Jãossantos

J - passei o site de poesias para a vó de uma amiga que é poeta e tem um livro publicado...

Z - espero q ela goste e entre em contato

J - com certeza...

Z - cara... c ta fazendo falta hoje mais do q nunca

J - aconteceu alguma coisa?

Z - não to segurando a onda...

J - pq velho??? diz aí...

Z - nem, não vale a pena

J - para né velho... fala logo...

Z - bodeia

Z - como c ta?

J - to tranquilo... segurando também... falei com a minha psicóloga (segredo hein) e ela me mandou a
porto alegre para uma clínica especializada em temperamento e humor...
to indo lá velho... to afim de resolver isso e ficar bem comigo mesmo... começar a me
aceitar...

Z - talvez seja bom

J - entra no site...ve se interessa... só acho que não podemos deixar essas coisas dominarem...(nem sei o que você tem), mas tem muitos casos de fatores biológicos mesmo... que não conseguimos dominar, falta elementos que poderiam nos deixar mais equilibrados, animados e felizes...

Z - cara
to cansado
exausto saca?
cansei velho

J - pergunta... aconteceu alguma coisa para te deixar assim... ou simplesmente você está?

Z - cansei de fingir q ta tudo bem
transbordou
não do conta mais
tá foda
cansei irmão...

J - calma velho pelo amor...

Z - cara cansei do desequilíbrio, cansei da depressão, cansei de lutar irmão

J - acontece... o cansaço é inevitável... terminei o namoro saca...

Z - te juro... to cansado de verdade
como assim terminou? pra sempre?

J - acho que agora... é parar de se enganar... você sabe que tem algo errado... vamos procurar ajuda...

Z - ja procurei ajuda

J - tipo... o meu desequilíbrio, minha mudança de humor, me criou uma forma de auto defesa... onde ao invés de esperar as pessoas se afastarem eu nem as deixo entrar na minha vida...bloqueio...

mas lembre - se... pode demorar até você ser diagnosticado... ainda mas se for algo como distúrbio bipolar e tal...

Z - diagnosticaram muita coisa
eu quero que se foda... passei da fase de me preocupar e tentar tratar
Tentar tratar só fez piorar

J - cara... posso dizer o mesmo... to cansado pra caralho... não abro um sorriso... só me solto quando bebo... tá tudo errado... mas não podemos deixar dominar...

Z - eu queria muito ser ignorante e feliz

J - é o que todos queríamos... mas graças a deus... somos artistas, sem máscaras, com sensibilidade a flor da pele... porque vemos a real condição humana, nossa real condição...

Z - cara... não vale o preço q se paga
a dor que se sente não compensa... a angústia é corrosiva demais

J - to ligado... também penso assim...
não vai fazer merda...que eu vou no inferno te encher de porrada...

Z - relaxa velho
não vou fazer merda
eu ainda acredito em algumas coisas

J - mas é sério velho... sei disso pq somos dois nesse barco fodido...nesse mar avarento... sei
que nós dois temos esse problema... mas é sério não desisti de descobrir... tem solução...dá para o problema continuar e administramos isso...

Z - legal né?
saber que você vai viver pra sempre nesse inferno
"administrando" a desgraça
bem confortante
foi o que a vaca da psiquiatra me falou
você "controla"
controlar o que? puta do caralho
não é com ela né

J - pode crer... foi o que eu escutei também...

Z - não eh ela q chora sem nenhum motivo
Fácil ficar com aquela cara de copo d’água esbanjando falsa serenidade
“você controla com remédio, diminui a bebida, toma remédio pra dormir, pra acordar, pra não beber”
Chegou uma hora que eu tava tomando um coquetel gigante e babando
“você administra”
Vai pra puta que o pariu
aí na primeira merda que dá volta tudo...

J - mas você foi só na psiquiatra???

Z - fui na psiquiatra e fui em psicólogo também
me sinto absolutamente preso em mim mesmo

J – to ligado...

Z - eu sei
alguns anos atrás eu dizia pra mim mesmo
não vou me entregar tão fácil assim

acontece que já não é mais fácil, já faz tempo, já tá difícil beirando o impossível

J - só acho que, pelo menos no meu caso... tem muito a ser feito...mudança de hábitos, qualidade de vida, esporte, alimentação...drogas, bebida... tenho problemas de sono... tenho certeza que se mudar cada coisa dessa... o todo vai mudar...

Z - o íntimo é doente
mudar em volta dele não significa mudá-lo, ajuda, mas não cura
não há conserto
existe sim, como dizem, controle, administração
foi mal, não é o bastante pra mim
viver sempre na corda bamba
sempre com demônios nos calcanhares
sempre com pesadelos a acontecer
sempre com depressões a assolar
sempre com temores profundos
mas controlados, administrados
vai pra puta que pariu, isso é vida?
saca velho.... to cansado irmão... por essas e outras

J - mas e aí? o que podemos fazer...? tem que ter algo não é possível...

Z - sempre um restinho de esperança nos faz continuar...
é o que me mantém, o que te mantém...
e existem as fugas também
que resolvem a crise, mas a longo prazo vai nos jogando pro buraco, cada vez mais profundo
e quanto mais fundo, menos braços amigos de pessoas queridas alcançam
no final das contas estaremos sós
é isso
existe a esperança
esperança que criamos
tenho certeza de q você nunca criou pesadelos... eles chegaram sem convite... tenho certeza de que você não criou a depressão... ela veio sozinha... sabia os caminhos... você não criou a angústia... ela nasceu com você, sempre soube onde doía mais
aí criamos esperança
fazemos arte
são lindos teus vídeos
são lindas minhas poesias
fazemos o bem àqueles que amamos
fazemos todo o bem que podemos
e não nos sentimos bem
cara... isso é legal?
me diz... é legal isso? ser bom no coração e só sentir dor?
por mais que exista um pouco de alegria momentânea, quando se está só, descobre-se que está sempre só na dor, na depressão, na aflição?

J - claro que não, essa é a desgraça...

Z - cara é injusto demais
é injusto demais pra mim irmão
eu não aceito algo como isso e nada que eu faça mudará
você merecia ser feliz
eu merecia ser feliz
e vem um filho da puta dizer pra você "controlar e administrar" sua doença?
vai pra puta que pariu

J - to ligado meu... nem sem o que te dizer... concordo com tudo isso...

Z - você merece ser feliz velho
me dói saber q você sofre
me dói sofrer
tudo me dói e é sempre aquela sensação de estar sempre à beira das lágrimas

J - eu nunca salvei conversa nenhuma no msn... mas essa aqui tá antológica...

Z - relaxa que eu a postarei no blog

J - massa...

Z - é uma merda descontar nossa infelicidade na felicidade dos outros... no bom sentido...

por ex... eu quero q a ro seja a mulher mais feliz do mundo
eu quero orgulhar meu pai e fazê-lo sorrir
quero agradar meus amigos

quero que todos sejam felizes... isso, querendo ou não, uma parte ao menos é aceitação da própria incapacidade de sorrir... eu fico mais feliz em dar presentes a amigos do que receber presentes
não estou dizendo que se eu fosse feliz eu não seria tão legal com os outros, acho até que seria mais, o que eu quero dizer é que isso é em parte outra forma de fuga

acredito que seja verdade contigo também

J - o grande ponto é que não nos aceitamos por não aceitar nosso problema...

Z - eu diria que pra pessoas lúcidas como nós é impossível aceitar uma condição dessa...

(nesse meio tempo houve o envio de duas opções de logo)

J - me diz qual você prefere?

J - boa, gostei dessa definição...

J - tem uma história foda, meio próxima... um irmão de um amigo nosso... ele tinha esquizofrenia....já tinha tido 3 ataques foda... mas conseguia administrar... mas o fato dele não aceitar a doença, trouxe a tal da depressão... aí fodeu...

Z - e o que ele fez?

J - um dia... sem querer tava com enxaqueca e fez a cagada de tomar o remédio para depre... morreu...

Z - eu prefiro sem as aspas

J - com as aspas coladinhas no monstrinho???

Z - é

Z - morreu sem querer mesmo?

J - sério... antes acharam que era suicídio, mas foi cagada... os dois remédios juntos deram parada cardíaca eu acho...

Z - cacete brother

Z - qual das duas você prefere?

J - eu tinha fechado na das aspas... mas troquei idéia com um dos caras que me ajudou a fazer a marca e ele disse que tava muito longe e tal... fiz essa versão e me parece mais equilibrada...

Z – parece mesmo
e eu não gosto das aspas depois de tudo... dá a impressão que é citação...
que não é original saca

J - agora só finalizar, mas acho que me parece legal...

J - entendi...

Z - com as aspas perto, faz parte do monstrinho, mas não perde a conotação das aspas
mas eu gostei

Quero um dia acordar, olhar para o céu, respirar fundo e não ter de dizer nada

J - te amo velho... você é um cara foda.... que eu admiro pra caralho... obrigado obrigado...

Z - obrigado obrigado irmão
tá tudo bem?

J - sussa... to sussa...
flat eu diria...

Z - a gente chega lá cara
de uma forma ou de outra

J - com certeza...

A tampa da privada

Direitos iguais my ass...

Eu tenho que abaixar a tampa da privada sempre que eu mijo...

Por qual motivo?

Façamos o seguinte... Já que eu mijo de tampa levantada e vc com a segunda tampa abaixada e toda vez que vc nao levanta a tampa eu tenho que levantar, mijar e depois abaixar, e quando eu deixo levantada eu sou pouco cavalheiro, façamos o seguinte...

toda vez que alguém mijar ou cagar, feche as duas tampas... a furada de mulher ou homem cagante e a que nao deixa buraco algum... simples assim

eu aceito ter de levantar duas tampas enquanto vc levanta só uma...

e depois diz que eu nao sou cavalheiro....

abro sim a porta do carro, dou sim flores, pago a conta do restaurante e cubro vc enquanto vc dorme serena...

mas a lógica erronea da tampa da privada me enlouquece...

quarta-feira, 7 de março de 2007

me sinto absolutamente preso em mim mesmo

conversinha idiotinha

cara... as pessoas mentem
eu sei... eu sei que isso é evidente...

cara... as pessoas mentem e eu odeio todo mundo um pouquinho...

tá... eu me odeio um pouco mais por amar demais

mas as pessoas fedem... nada faz sentido

"o mundo é um lugar muito duro
quando se chora insone
sozinho no escuro"
b.o. dd

segunda-feira, 5 de março de 2007

Minskysah

um grande amigo meu, que eu tenho como irmão, me fez a seguinte pergunta, que já foi feita por muitos, então, respondo-a aqui...

O que é Minskysah?

É o nome que eu inventei pra minha primeira banda, com 14 anos, quando eu ainda tinha sonhos e achava que ia escrever uma história digna de ser lembrada, escrever versos que durariam para sempre nas bibliotecas do mundo, que ia fazer música eterna...

Eu tinha sonhos
Eram bonitos
Eram vazios...

Mas me fizeram sorrir
Eu amava meus sonhos acima de tudo

uma noite anônima

"O mundo é um lugar muito duro
Quando se chora insone
Sozinho no escuro"

A frase é minha, o sentimento se apossou da minha alma antes de eu ter consciência do que é alma... Dito isso, percebo o quanto sou cretino, já que eu não sei o que é alma... Não creio que alguém saiba.

O que fazer quando não se consegue produzir? Me sinto perdido em meus medos, meu descontrole emocional, meu pranto compulsivo, meus vícios, minhas dores...

Eu entrei agora na porra do blog, porque tinha algo a dizer, algo que já esqueci... em meio a meus devaneios se perdeu... minha memória peca violentamente... assim como minha saúde de modo geral...

Mas de qualquer forma, isso aqui é uma forma que eu tenho de escrever sem compromisso, sem me sentir tão julgado...

Escrever é a minha vida, meus versos são tudo que eu tenho...

Não posso simplesmente aceitar não ter inspiração...

quinta-feira, 1 de março de 2007

peito em aflição

A inspiração nos falta nas horas mais inoportunas, menos agradáveis
pego no ar um verso e ele me escapa por entre os dedos... não penetra na caneta
olho a folha em branco
com insônia entristeço
sei que estou só